sábado, 21 de setembro de 2013

Vida a fora, noite adentro!



É noite, megalópole de São Paulo. Deixei a faculdade pensando nas aulas de História do Direito/Filosofia e Sociologia, divagando sobre a realidade.

Ao ótimo som de Break on Trought, da Banda The Doors. Caminhando por ruas da incrível São Paulo, mais precisamente na Avenida Liberdade, onde a fumaça do meu cigarro se espalhava pelo ar e misturava-se com as luzes dos carros que iam e vinham não sei de que lugar e para qual lugar, cheguei próximo da estação do metrô.

Lá fui para encontra-la, Mônica, pseudônimo da mulher que me faria companhia na última sexta-feira de inverno.

Fomos a um bar e enquanto tomávamos nossas cervejas e ríamos sobre nossas realidades, um senhor desafortunado da vida, de nome Severino nos interrompeu. Ele carregava em suas mãos sujas, alguns brincos e tentou vender os mesmos, por algum trocado. Perguntei de onde era. Ele respondeu-me que era de João Pessoa e que deixou sua terra natal há mais de 20 anos e vive aqui na Capital dos trocados recebidos de pessoas estranhas. Dei a ele algumas moedas, ele me cumprimentou e fez companhia por mais alguns minutos e seguiu seu caminho com a mesma humildade com que chegou a nós.

Continuamos a beber, agora sentados num banco de cimento.

Logo em seguida, outro homem desgraçado pela vida, morador das ruas dessa imensa Cidade sentou conosco. Seu nome, Edson, de sotaque engraçado. Edson que tem o mesmo nome de meu pai nos contou sobre sua vida. Acendemos um cigarro cada e escutamos o homem falar que abandonou tudo e hoje dorme nos bancos e praças, porque em seu passado teve azar no amor.

Muito simpático esse homem. Conversamos sobre outras coisas. Edson usava um chapéu legal, eu ofereci o meu boné para ele. Ele aceitou e fizemos uma troca, agora ele possui um Boné da Khelf legítimo e eu, um verdadeiro chapéu itinerante. Antes de seguir por seu caminho, o andarilho me propôs outra troca, agora os isqueiros foram os objetos negociados.

Seguimos também nosso caminho, e chegamos num quarto de hotel, no centro da cidade. O quarto era muito belo e tinha nele, um quadro de um lago com algumas pedras, que me chamou a atenção. Passamos alguns bons minutos conversando sobre o quadro.

Entre um cigarro e outro, e doses generosas de bebidas... Trocávamos olhares e conversas sobre nossas vidas. E também sobre os homens de má sorte que estiveram conosco no início da noite.

Dormimos ao som de Beatles e acordamos com carros barulhentos que transitavam pela rua...

Mônica e eu deixamos o hotel com um lindo dia nascendo, com nossas caras marcadas pela noite de cervejas e cigarros. E em outra parte da cidade, em qualquer banco ou praça, dois homens estão esperando que a sorte mude suas vidas.

                                                                


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