domingo, 20 de outubro de 2013

Sem Nome



Índia, sentada com os pés descalços, com uma criança em seu colo. Do lado de seu corpo de curvas tristes e com expressão de dor na alma, uma caneca com algumas moedas. Passei por ela e não resisti, perguntei de onde era. Ela me respondeu que era de uma terra onde ninguém mandava em ninguém, o respeito era mútuo. Não havia fome, não havia pobreza. Ela olhou para cima, em direção para grande Catedral da Sé, e disse-me: “Hoje sou do Brasil, das ruas, não tenho terra, nem mais possua minha tradição, o que me restou foi a lembrança das histórias que meus ancestrais contavam. Hoje sou das ruas, abandona por um sistema que finge que não existo e ignorada por pessoas que se fazem de cegas ao me olharem, mas entram para rezar nessa igreja.” Coloquei duas moedas na caneca, desejei-lhe sorte e segui meu caminho.