Calça Jeans desbotada, camiseta dos Engenheiros do Hawaii,
jogado na cama. Na televisão desenho dos Simpsons passando, sem volume, lendo
um livro de crônicas.
A vizinha, uma garota de 16 anos, escutando N’sync em volume
moderado. Somos escravos dos
pensamentos.
Enquanto leio o livro e divago, ela provavelmente divaga
sobre algum garoto, talvez uma paixão. Nessa idade nos apaixonamos muito mais
por pensamento, do que pela pessoa que desejamos. Talvez não só nessa idade,
mas nos apaixonamos muito mais por nossa imaginação, do que por qualquer pessoa
desfilando sobre qualquer passarela.
Lembro-me de minha adolescência, a escada da escola era a
passarela de amores que vem e que vão. Muito mais que a garota mais linda, era
minha imaginação em pensar como seria andar com ela de mãos dadas no caminho
entre minha casa e a escola.
Diariamente, milhares de pessoas se apaixonam dentro dos metrôs, ônibus e
parques, se apaixonam por milhares de outras pessoas que nunca mais encontrarão. O
cara que se apaixona por uma moça que tem cabelos curtos, com um livro de
romance vampiresco; ou a mulher que se imagina beijando o cara de terno de giz,
de pé no fundo do vagão. Paixões do dia-a-dia.
Volto a ler meu livro, enquanto ela se apaixona ainda mais por um garoto, que
talvez nem exista.
Bom. Existe um olhar que revela de dentro pra fora. Estarei acompanhando os próximos textos.
ResponderExcluirQue bom meu amigo, fico feliz em ler seus comentários. =)
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