É noite,
megalópole de São Paulo. Deixei a faculdade pensando nas aulas de História do
Direito/Filosofia e Sociologia, divagando sobre a realidade.
Ao ótimo som de Break on Trought, da Banda The Doors. Caminhando por ruas da incrível São
Paulo, mais precisamente na Avenida Liberdade, onde a fumaça do meu cigarro se
espalhava pelo ar e misturava-se com as luzes dos carros que iam e vinham não
sei de que lugar e para qual lugar, cheguei próximo da estação do metrô.
Lá fui para encontra-la,
Mônica, pseudônimo da mulher que me faria companhia na última sexta-feira de
inverno.
Fomos a um bar e enquanto tomávamos nossas cervejas e ríamos sobre nossas realidades, um senhor desafortunado da vida, de nome Severino nos interrompeu. Ele carregava em suas mãos sujas, alguns brincos e tentou vender os mesmos, por algum trocado. Perguntei de onde era. Ele respondeu-me que era de João Pessoa e que deixou sua terra natal há mais de 20 anos e vive aqui na Capital dos trocados recebidos de pessoas estranhas. Dei a ele algumas moedas, ele me cumprimentou e fez companhia por mais alguns minutos e seguiu seu caminho com a mesma humildade com que chegou a nós.
Fomos a um bar e enquanto tomávamos nossas cervejas e ríamos sobre nossas realidades, um senhor desafortunado da vida, de nome Severino nos interrompeu. Ele carregava em suas mãos sujas, alguns brincos e tentou vender os mesmos, por algum trocado. Perguntei de onde era. Ele respondeu-me que era de João Pessoa e que deixou sua terra natal há mais de 20 anos e vive aqui na Capital dos trocados recebidos de pessoas estranhas. Dei a ele algumas moedas, ele me cumprimentou e fez companhia por mais alguns minutos e seguiu seu caminho com a mesma humildade com que chegou a nós.
Continuamos a
beber, agora sentados num banco de cimento.
Logo em
seguida, outro homem desgraçado pela vida, morador das ruas dessa imensa Cidade
sentou conosco. Seu nome, Edson, de sotaque engraçado. Edson que tem o mesmo
nome de meu pai nos contou sobre sua vida. Acendemos um cigarro cada e
escutamos o homem falar que abandonou tudo e hoje dorme nos bancos e praças,
porque em seu passado teve azar no amor.
Muito
simpático esse homem. Conversamos sobre outras coisas. Edson usava um chapéu
legal, eu ofereci o meu boné para ele. Ele aceitou e fizemos uma troca, agora
ele possui um Boné da Khelf legítimo e eu, um verdadeiro chapéu itinerante.
Antes de seguir por seu caminho, o andarilho me propôs outra troca, agora os isqueiros
foram os objetos negociados.
Seguimos
também nosso caminho, e chegamos num quarto de hotel, no centro da cidade. O
quarto era muito belo e tinha nele, um quadro de um lago com algumas pedras,
que me chamou a atenção. Passamos alguns bons minutos conversando sobre o
quadro.
Entre um
cigarro e outro, e doses generosas de bebidas... Trocávamos olhares e conversas
sobre nossas vidas. E também sobre os homens de má sorte que estiveram conosco
no início da noite.
Dormimos ao som de Beatles e acordamos com carros barulhentos que transitavam pela rua...
Mônica e eu
deixamos o hotel com um lindo dia nascendo, com nossas caras marcadas pela
noite de cervejas e cigarros. E em outra parte da cidade, em qualquer banco ou
praça, dois homens estão esperando que a sorte mude suas vidas.