Quando saí do trabalho na quinta-feira de tarde, pós-feriado
do dia do trabalhador, caminhei de forma tranquila até a estação de metrô
Bresser. Junto de uma colega de trabalho
os passos até a estação foram acompanhados de uma boa conversa sobre cinema e
críticas pitorescas a como nos achamos loucos.
Na estação da Bresser nos despedimos e cada um
seguiu seu caminho, parecia que o destino conspirava a favor da situação que
aconteceria depois. Fiquei na plataforma pouco menos de dois minutos e o trem aparecera
no horizonte.
Quando ele parou e abriu as portas, não entrei naquela que
acabara de abrir na minha frente, caminhei para o lado direito e entrei na
outra porta. Parece algo louco, mas talvez eu seja mesmo.
Entrei com os fones de ouvido e como sempre o faço,
reparei em todos ao redor, gente de todo tipo. É estranho entrar num lugar cheio de pessoas e
sentir-se só. Na estação seguinte entrou por aquela porta por onde entrei um
senhor de aparentemente uns sessenta e poucos anos. Ele entrou correndo antes
da porta fechar, respirando de forma profunda... Bem ofegante. Ele me olhou e
disse:
- Que calor! Muito quente lá fora.
- Que calor! Muito quente lá fora.
Como não prestei atenção no que ele disse e para não
ser mal educado, tirei os fones de ouvidos e perguntei o que ele havia me dito
e ele me respondeu que estava com calor. Entramos naquele exato minuto numa
conversa filosófica sobre Aquecimento Global. E fomos mudando de tópico a cada
estação.
Conversamos assuntos de meio ambiente até politica e
inclusão social. A maior parte da conversa foi sobre economia. Algumas pessoas
que estavam na estação na entrada daquele senhor até o destino final, Itaquera,
onde descemos, ficaram nos observando com atenção.
Em Itaquera seguimos pelas escadas e ainda no mesmo assunto ficamos parados por ali um pouco mais de 15 minutos. Sem nos apresentarmos um ao outro nos despedimos de forma cordial e cada um seguiu seu caminho.
Em Itaquera seguimos pelas escadas e ainda no mesmo assunto ficamos parados por ali um pouco mais de 15 minutos. Sem nos apresentarmos um ao outro nos despedimos de forma cordial e cada um seguiu seu caminho.
Foi muito interessante conversar com aquele senhor,
que parecia com o Fernando Sabino, sobre todos aqueles temas, mas tenho certeza
que a parte mais surpreendente de tudo isso, para aquelas pessoas estavam no
metrô, foi o momento em que tirei o fone de ouvido e começamos um diálogo. De qualquer
maneira foi apenas mais uma conversa paralela.