quinta-feira, 2 de maio de 2013

Conversa Paralela



Quando saí do trabalho na quinta-feira de tarde, pós-feriado do dia do trabalhador, caminhei de forma tranquila até a estação de metrô Bresser. Junto de uma colega de trabalho os passos até a estação foram acompanhados de uma boa conversa sobre cinema e críticas pitorescas a como nos achamos loucos.

Na estação da Bresser nos despedimos e cada um seguiu seu caminho, parecia que o destino conspirava a favor da situação que aconteceria depois. Fiquei na plataforma pouco menos de dois minutos e o trem aparecera no horizonte. 

Quando ele parou e abriu as portas, não entrei naquela que acabara de abrir na minha frente, caminhei para o lado direito e entrei na outra porta. Parece algo louco, mas talvez eu seja mesmo.

Entrei com os fones de ouvido e como sempre o faço, reparei em todos ao redor, gente de todo tipo.  É estranho entrar num lugar cheio de pessoas e sentir-se só. Na estação seguinte entrou por aquela porta por onde entrei um senhor de aparentemente uns sessenta e poucos anos. Ele entrou correndo antes da porta fechar, respirando de forma profunda... Bem ofegante. Ele me olhou e disse:
- Que calor! Muito quente lá fora.

Como não prestei atenção no que ele disse e para não ser mal educado, tirei os fones de ouvidos e perguntei o que ele havia me dito e ele me respondeu que estava com calor. Entramos naquele exato minuto numa conversa filosófica sobre Aquecimento Global. E fomos mudando de tópico a cada estação.

Conversamos assuntos de meio ambiente até politica e inclusão social. A maior parte da conversa foi sobre economia. Algumas pessoas que estavam na estação na entrada daquele senhor até o destino final, Itaquera, onde descemos, ficaram nos observando com atenção.

Em Itaquera seguimos pelas escadas e ainda no mesmo assunto ficamos parados por ali um pouco mais de 15 minutos. Sem nos apresentarmos um ao outro nos despedimos de forma cordial e cada um seguiu seu caminho.

Foi muito interessante conversar com aquele senhor, que parecia com o Fernando Sabino, sobre todos aqueles temas, mas tenho certeza que a parte mais surpreendente de tudo isso, para aquelas pessoas estavam no metrô, foi o momento em que tirei o fone de ouvido e começamos um diálogo. De qualquer maneira foi apenas mais uma conversa paralela.